No dia 27 de junho de 2023, durante um Tribunal do Júri na Comarca de Lucas do Rio Verde (a 282 km
de Cuiabá), um incidente resultou na prisão do advogado Pauly Ramiro Ferrari Dorado. O ocorrido se deu após uma discussão acalorada entre o advogado e o promotor de justiça Saulo Pires de Andrade Martins.
Segundo a versão apresentada pelo advogado Pauly Ramiro Ferrari Dorado ao VGNJUR, os desentendimentos começaram logo no início do julgamento, quando o promotor de justiça Saulo começou a interromper as perguntas da defesa durante o depoimento da testemunha de acusação. O advogado alega que essa interrupção ocorria sempre que a defesa se aproximava de desmascarar a testemunha.
De acordo com Pauly Ramiro Ferrari Dorado, as interrupções continuaram ao longo do dia, inclusive durante o depoimento de outras testemunhas. O advogado afirma ter solicitado ao juiz que interviesse e pedisse ao promotor para se conter, pois a situação estava afetando sua atuação na defesa. Segundo ele, em um determinado momento, o promotor o teria xingado de "ridículo". Revoltado com a ofensa, o advogado se levantou e confrontou o promotor, ameaçando dar-lhe um tapa no rosto caso repetisse o xingamento.
Após o ocorrido, o Tribunal suspendeu o julgamento, o que gerou insatisfação por parte do advogado. Ele alega que a suspensão não seria necessária, pois o desentendimento poderia ser resolvido após o término do julgamento. Pauly Ramiro Ferrari Dorado enfatizou que a discussão foi provocada pelo promotor, que o insultou inicialmente, e que o episódio resultou em um prejuízo para seu cliente, que permanece preso.
O advogado foi detido no local e levado à delegacia. Ele afirma ter sido surpreendido com a imposição de uma fiança de R$ 50 mil para obter sua liberdade. Pauly Ramiro Ferrari Dorado contestou a legalidade da prisão, argumentando estar exercendo sua profissão e defendendo seu cliente conforme as garantias estabelecidas pela lei, pela Constituição e pelo Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Quando eles em levaram até a delegacia aconteceu o pior, o delegado me deu uma fiança de R$ 50 mil para sair. Eu falei, vocês querem armar um crime, vocês estão diante de uma prisão ilegal, como advogado que está no exercício da profissão, exercendo a defesa do réu, exercendo a sua profissão garantida por lei, pela Constituição e Estatuto da OAB”, relatou ao VGNJUR.
Após a troca de plantão, o advogado teve a oportunidade de prestar depoimento a uma nova delegada, a quem explicou sua versão dos fatos. Pauly Ramiro Ferrari Dorado solicitou que a autoridade assistisse ao vídeo completo do julgamento, alegando que a parte em que se levantou e ameaçou o promotor foi destacada para mantê-lo preso. Ele ressaltou que as provocações e ofensas do promotor foram o motivo de toda a situação. Então, a delegada liberou o advogado, com dispensa do pagamento da fiança.
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