Uma polêmica envolvendo a família Maggi, conhecida por sua fortuna bilionária no agronegócio, veio à tona recentemente. Carina Maggi Martins, uma das filhas do falecido fundador da Amaggi, André Antônio Maggi, apresentou um pedido à Justiça questionando a divisão das empresas do grupo e pleiteia a quebra de sigilo fiscal e bancário do grupo Amaggi, bem como da família. Carina alega que recebeu uma parcela desproporcional dos bens em relação aos demais filhos de André Maggi e afirma que houve ocultação de patrimônio por meio de artifícios, dificultando a identificação exata da herança deixada por seu pai.
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Carina, fruto de um relacionamento extraconjugal entre André Maggi e Maria Helena da Silva Abel, neta da cozinheira e do capataz da fazenda onde André começou sua fortuna bilionária, busca esclarecimentos sobre estranhas transações patrimoniais e doações que podem ter excluído bens do processo sucessório, além de indícios de sonegação.
Segundo o pedido de Carina, o acordo celebrado em 2002, no qual recebeu sua parte na herança do pai, excluiu-a da condição de herdeira por meio da cessão de direitos hereditários. A quantia recebida, cerca de R$ 1.959.500,00, é considerada ínfima em comparação com a fortuna bilionária da Família Maggi, que atualmente integra a lista dos maiores bilionários do agronegócio no Brasil, com um patrimônio estimado em mais de R$ 35 bilhões.
Carina alega que o acordo de renúncia foi firmado quando ela ainda era menor de idade e afirma que diversos bens não foram declarados na partilha, havendo indícios de ocultação de patrimônio. Entre as suspeitas levantadas estão a existência de empresas não mencionadas no plano de partilha, ocultação de numerário no exterior, incompatibilidade entre o patrimônio declarado e o atual patrimônio da família, doações de empresas bilionárias pouco antes do falecimento de André Maggi, entre outros.
A filha do empresário busca esclarecimentos sobre o patrimônio supostamente sonegado e requer que sejam realizadas diversas provas, como a obtenção das declarações de Imposto de Renda das pessoas envolvidas, quebra de sigilo fiscal e bancário de empresas do grupo Amaggi, além de informações sobre remessas de recursos financeiros ao exterior. Carina pretende incluir em seu patrimônio sua parte referente aos bens sonegados por ocasião do falecimento de seu pai.
A defesa de Carina alega que a desproporcionalidade na partilha dos bens, aliada aos indícios de sonegação e ocultação, justifica a necessidade de esclarecimentos e eventual revisão do acordo firmado no passado.
O processo encontra-se em fase recursal.
O recurso foi ajuizado na 4ª Vara Vível do Foro da Comarca de Cuiabá, no último dia 05 de junho.
Outro lado - A assessoria da Amaggi disse ao #vgnjur, que por tratar-se de uma questão ligada diretamente à família Maggi, não cabe à AMAGGI, enquanto empresa, se pronunciar sobre o tema. Com o objetivo de ajudarmos na sua apuração, direcionamos sua solicitação também à própria família, que nos informou que não irá comentar o assunto, reservando-se a tratá-lo somente na esfera judicial.
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