Antônio Aluízio da Conceição Maciano, espancou a ex-namorada Emily Bispo da Cruz, no final de 2022, em sua casa em Várzea Grande. Na ocasião, ele a teria agredido por um dia inteiro com cinto, socos e ameaçado cortar os seios dela. O fato foi revelado pela tia de Emily nesta quinta-feira (10.08) durante o Tribunal do Júri que está sendo realizado no Fórum de Cuiabá.
A tia de Emily, Alessandra Barroso da Cruz, ouvida como informante, contou que cuidou da vítima desde os 7 anos, quando a mãe dela [irmã de Alessandra] morreu, e que tratava a mesma com uma filha.
Ela afirmou que sabia do relacionamento da jovem com Antônio Aluízio. “Eles tinham um compromisso de sair juntos, sair para festa, mas não tinha muito contato com a nossa família. Ele sempre dava uma desculpa para não conhecer a família dela. Ele a queria, mas não queria. Controlava muito ela, e eu percebia que ela gostava muito dela”, relatou.
Alessandra contou que Antônio Aluízio morava em Várzea Grande, que ao logo do tempo do relacionamento Emily chegou na sua casa com olho roxo, mas que na ocasião negou que sofreu agressão do companheiro e que havia se machucado durante uma briga em uma festa.
Segundo ela, Emily informou das agressões quando Antônio começou ameaçar o filho dela. Ela relatou que no final de 2022, sem lembrar da data, o acusado passou o dia inteiro agredindo a sua sobrinha na casa dele em Várzea Grande, e que inclusive teria ameaçado cortar os seios dela. As agressões teriam ocorrido por causa de uma mensagem no celular.
“Ela bateu nela o dia todo, ficando em cárcere. Apagou de cinto, deixou ela sem comer o dia todo. Ela falou que só tratasse ele bem, Antônio a mataria. Só depois que começou falar que ela o amava, a Emily foi solta. Na época perguntei para ele porquê das agressões, e tentou me convencer que ela merecia apanhar. Falou que havia bloqueado Emily e que seguiria a vida dele. Tudo isso falou em mensagens por celular”, relatou a tia.
A tia afirmou que Antônio tem amplo conhecimento em tecnologia, e que usou isso para hackear o celular da sua Emily, e que na época chegou a pedir para a irmã do acusado para conversar com ele no intuito de terminar o relacionamento e se afastar da jovem.
Na época, Alessandra disse que pensava em chamar Emily para morar próximo da sua família em Várzea Grande, mas pelo fato de Antônio morar próximo temia que o mesmo poderia intensificar a perseguição e as agressões.
Segundo ela, Antônio tinha tudo planejado para matar Emily, mas que ele não contava com a câmera de vigilância instalada nas proximidades da quitinete em que a jovem morava. A tia declarou que foi ela a responsável por passar o número de celular do acusado, com o qual foi possível localizar e prender Antônio.
A tia, em depoimento, declarou que se sente culpado pela morte da sobrinha pelo fato dela ter pedido para ir morar com sua avó em outro cidade [sem revelar o nome], mas que na ocasião não a ajudou, sem saber que ela estava sendo vítima de agressões. “Poderia ter ajudado, mas não sabia. Me sinto culpado”, desabafou Alessandra, bastante abalada.
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