Antônio Aluízio da Conceição Maciano, réu confesso por matar a ex-namorada Emily Bispo da Cruz, de 20 anos, na frente do filho dela de 4 anos no bairro Pedra 90, em Cuiabá, teria proferindo diversas ameaças contra a vítima antes do crime, chegando inclusive a mandar fotos e vídeos do menino entrando e saindo da escola. O acusado ainda teria ameaçado até familiares da jovem que residem em Várzea Grande.
As revelações foram efetuadas por uma testemunha ouvida nesta quinta-feira (10.08) durante o Tribunal do Júri que está sendo realizado no Fórum de Cuiabá.
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O primeiro a prestar depoimento foi Ryan Henrique, que trabalhava na marcenaria próximo em que Emily Bispo foi esfaqueada. Ele relatou que ao chegar no local presenciou a vítima pedindo socorro. “Eu cheguei ela disse: chama o Samu, chama o Samu, gritando pedindo socorro”, relatou.
Ele contou que chegou a avistar Antônio Aluízio no local levantando a motocicleta, e que pensou em segurar o suspeito, porém, seu patrão pediu para que ele não fizesse a intervenção. A testemunha aparece na gravação de vídeo do esfaqueamento de Emily tentando segurar o acusado.
A vendedora Júlia Maria de Souza, em depoimento disse que era vizinha de Emily [moravam na mesma quitinete], e que também trabalhava com a vítima. Ela afirmou que a jovem era muito alegre e que todos gostavam dela, principalmente na loja em que elas trabalhavam.
A testemunha relatou que um dia Antônio entrou escondido na quitinete, arrastou Emily e ameaçou ela com um canivete: “Eu e meu marido o avistamos em cima dela com um canivete, mas fugiu em seguida [deixando a arma branca]. [...] Ele também mandava fotos e vídeos dela comigo, mostrando que estava cuidando dos passos dela”.
Júlia declarou que o acusado não queria um relacionamento sério com Emily, e que só pensava em “ficar com ela” sob alegação de que ele pensava em buscar sua estabilização econômica e que um relacionamento poderia atrapalhar esse objetivo.
“Um dos incidentes que chocou bastante foi quando ela chegou no serviço de olho roxo. Ela contou que o celular tinha caído no olho dela. Mas, dois dias depois, quando foi na casa, ela estava só de peça íntima, e pude ver as costas dela toda marcada, foi quando falou das agressões que estava sofrendo. Ele falava onde o filho dela estudava, mandava fotos do menino entrando e saindo da escola. Ele a ameaçava dizendo que caso contasse das agressões, poderia fazer algo filho dela e familiares dela que morava em Várzea Grande”, relatou a testemunha.
A amiga contou ainda que em certa ocasião Antônio teria rastreado celular de Emily em uma festa em Cuiabá, e que brigou com as pessoas; e que em outros momentos ela chegou dormir na casa de vizinhos com medo do acusado – na época ele usava o fato dela ser sozinha, sem presença de familiares próximo, para ameaçar a vítima.
Júlia negou que membros de facção criminosa residiam na quitinete em que elas moravam na época. “No local em que nós residimos não havia nenhum perigo”. Sobre o dia do crime, a testemunha relatou que ao chegar no local avistou Antônio todo ensanguentado, e que junto com vizinhos, pegaram Emily e levaram para unidade de saúde: “Ela estava desfalecida sem forças”.
Júlia Maria relatou ainda que o filho de Emily está morando com a família do pai, e que ele foi em algumas ocasiões na loja em que a mãe trabalhava. “Ele foi lá perguntar da mãe. O pai dele está muito presente na vida do menino”.
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