Gabriel Pires de Moraes, 21 anos, acusado de incendiar propositalmente um apartamento, resultando na morte de Soniamar Martins Muniz, 57 anos, na madrugada de sexta-feira passada (02.06), no município de Jaciara (a 143 km de Cuiabá), durante o interrogatório, negou qualquer envolvimento no incêndio e afirmou que seria incapaz de cometer tamanha crueldade, alegando que a vítima era como uma mãe para ele.
Leia matéria relacionada - Prédio pega fogo e mulher e cachorro são encontrados mortos em apartamento
O jovem declarou ainda que, apesar de Sonia não desejar um relacionamento afetivo e sério, eles mantinham uma relação próxima e ela era sua única fonte de apoio, já que não possuía familiares capazes de auxiliá-lo financeira e emocionalmente. Gabriel afirmou: "Sou sozinho no mundo, ela era como uma mãe para mim".
Gabriel relatou que conheceu Soniamar há cerca de um mês em um bar onde trabalhava. Segundo ele, eles se conheceram em um sábado e já tiveram relações no domingo seguinte.
Questionado sobre a natureza do relacionamento entre eles, Gabriel respondeu: "Ficamos juntos apenas umas cinco vezes depois desse dia. Conversávamos principalmente pelo celular. Ela disse que gostava de mim e que me ajudaria com as despesas. Uma semana depois, ela me emprestou seu cartão para eu usar. Eu o utilizava principalmente para comprar cigarros, refrigerantes e coisas pequenas. Ela me deu a senha e autorizou o uso do aplicativo também".
Gabriel mencionou ainda presentes que havia recebido de Sonia: "No começo, ela me deu miniaturas do Pica-Pau e da Minie, além de um celular antigo que usei para retirar peças e dinheiro do cartão dela para comprar cigarros e bebidas. Ontem, ela me deu um notebook, um iPad que não funciona, uma extensão, as fontes, uma caixinha de som e uma mochila para levar as coisas", relatou durante o depoimento.
Quanto à sua localização no momento do incêndio, o suspeito afirmou que, por volta das 19 horas de quinta-feira (1º), eles conversaram em frente ao prédio e que ele foi embora por volta das 20 horas. Segundo Gabriel, algum tempo depois, Soniamar enviou uma mensagem pedindo para ele retornar ao prédio.
"Subi e fui na casa dela, daí transamos e ficamos assistindo um filme que ela queria ver na Netflix, ela ficava conversando comigo só falando do ex, meio triste, daí deu um tempo ela pegou e disse assim, olha deu sua hora melhor você ir embora, daí eu peguei as coisas e fui embora' [sic]".
Gabriel declarou ainda que costumava ir de blusa de capuz e depois jogava fora, para que a filha da vítima não o reconhecesse, pois ela teria acesso a todas as imagens do circuito do segurança do local.
Ele disse que saiu da casa de Sonia e foi a pé para sua casa, sendo que no meio do caminho jogou a blusa na rua, chegou em casa tomou banho e foi até uma conveniência, onde encontrou uma garota e foi para casa dela e só soube do incêndio no outro dia.
Sobre as chaves do apartamento de Sonia, Gabriel relatou que não possuía as chaves e que na noite anterior ao sair, a própria Sonia quem fechou o apartamento: “Ela tava meio bêbada, dizendo que estava cansada e tal, eu sei que ela tomava remédios, mas não conhecia muito ela né, sei que ela queria voltar pro cara, mas o cara não queria mais ela" [sic], declarou em depoimento.
No entanto, conforme as imagens da câmera de segurança do prédio, o horário citado por Gabriel não era o mesmo que estava nas imagens que mostram ele entrando às 21h15 no apartamento de Sonia e saindo à 01h10, sendo que o incêndio iniciou por volta da 01h30.
O jovem foi preso ainda na sexta-feira (02), após os policiais analisarem as imagens das câmeras de segurança. Leia matéria relacionada - Mulher foi morta antes de ser carbonizada em incêndio de prédio em MT; suspeito preso
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).