O empresário Fernando Metelo Gomes de Almeida, dono da empresa Disnorma Comércio Atacadista de Medicamentos e Material Médico Hospitalar Ltda, é acusado de pagar parte do valor de um carro, avaliado em R$ 135 mil, como propina para o ex-superintendente da Unidade de Pronto Atendimento do bairro Ipase (UPA do Ipase), Oswaldo Prado Rocha, no caso de desvio de medicamentos da unidade.
Segundo o inquérito policial ao qual o VGNJur teve acesso, relacionado à Operação Fenestra deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), Fernando Metelo é apontado como receptor dos medicamentos desviados na UPA do Ipase e teria realizado pagamentos de vantagem indevida a Oswaldo Prado no valor de R$ 93,8 mil.
Conforme as investigações, Fernando efetuou repasses de dinheiro para Oswaldo por meio de transferências bancárias enviadas nas contas da ex-sogra do ex-superintendente [R$ 14.880,00], e também da namorada da ex-sogra [R$ 17 mil].
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Além disso, em janeiro de 2022 o empresário pagou R$ 62 mil [depósito/PIX] em relação à compra de um veículo marca Nivus [valor total R$ 135.000,00] em uma garagem próximo ao Hospital Julio Muller, em Cuiabá, para Fernando.
Na época da aquisição do carro, Oswaldo e a sua esposa tentaram efetuar o cadastro da compra em seus respectivos nomes, porém, como não foram aprovados o veículo foi adquirido em nome da mãe do ex-superintendente, Rosilane de Souza Prado [pelo fato de ser servidora pública].
Rosilaine Prado [que é irmã da vereadora de Várzea Grande, Rosy Prado], ocupa desde setembro de 2022 cargo comissionado no gabinete de Gestão da Secretaria de Saúde de Cuiabá – setor este que tem entre as responsabilidades a contratação de empresas para fornecimento de medicamentos, equipamentos e outros visando atender a rede municipal de saúde.
Consta do inquérito, que na época o pagamento do veículo teve como entrada um veículo Ford Ecoestort Titanium ano 2017/2017, no valor de R$ 56 mil, com um saldo devedor de R$ 42.512,59 mil, restando um saldo de R$ 13.487, abatido no valor do veículo Nivus, restando R$ 120.382,59 mil, financiado pelo banco Votorantim, em nome de Rosilene - valor aprovado de R$ 60.370,00.
O restante do valor R$ 60.012,59 mil do carro, Oswaldo disse ao dono da garagem, durante o negócio, que quem iria pagar seria um amigo dele. Na ocasião que o proprietário da loja, informou que para que um terceiro realizasse um pagamento de um veículo, que já havia sido feito toda a documentação em nome da mãe dele, teria que ser feito um termo de cessão de crédito, onde o cedente (pagador) seria Fernando Metelo Gomes de Almeida.
No processo de aquisição do referido veículo, consta o Termo de Cessão de Crédito no valor de R$ 62.000,00, estando como cedente a pessoa de Fernando Metelo e do outro lado Rosilane de Souza Prado.
Ainda segundo o inquérito para quitar o valor de R$ 62 mil, o empresário fez transferência em contas correntes da loja em valores fracionados, sendo R$ 12.000,00 em 02/02/2022; R$ 18.000,00 mil em 03/02/2022; R$ 17.000,00 mil em 04/02/2022; e o último no valor de R$ 15.000,00 mil em 08/02/2022.
Diante dos fatos, o juiz da 4ª Vara Criminal de Várzea Grande, Abel Balbino Guimarães, determinou o sequestro do veículo, mas que o mesmo fique sob a responsabilidade da proprietária Rosilane Prado em Termo de Depósito, “devendo esta zelar do mesmo, com vedação de alienação/transferência a terceiros, e com consequente comunicação ao Departamento de Trânsito do Estado de Mato Grosso, para que conste a restrição no banco de dados do órgão”.
O carro é o mesmo que foi apreendido no último dia 13 deste mês quando Oswaldo foi preso em Poconé (a 104 km de Cuiabá) por suposto envolvimento com quadrilha de roubo de gado.
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