O ex-superintendente da Unidade de Pronto Atendimento do bairro Ipase (UPA do Ipase), sobrinho da vereadora Rosy Prado (União), Oswaldo Prado Rocha, levava medicamentos supostamente desviados da unidade para sua casa, e usou conta da sogra para receber suposta propina em esquema. Conforme a ex-mulher, Oswaldo também teria pedido a conta da comadre dela, que mora no bairro Cristo Rei. As informações constam do inquérito policial da Operação Fenestre a qual o VGN Jur teve acesso.
Consta, ainda, do inquérito, que Oswaldo Prado coordenava os desvios de remédios na UPA, e que o maior fluxo de saída acontecia aos finais de semana, por ter menos movimentação e os coordenadores da unidade não estarem trabalhando.
Em depoimento, um ex-assessor de Oswaldo, revelou que o então superintendente da UPA pedia para seu motorista Benedito Santana da Silva, para passar nas Unidades de Pronto Atendimento para buscar medicamentos e esses medicamentos seriam vendidos para Fernando que possui uma empresa de medicamentos, e que o mesmo tinha contrato com a Prefeitura de Várzea Grande. A pessoa de Fernando, segundo o inquérito, seria o empresário Fernando Metelo Gomes de Almeida, proprietário da empresa Disnorma Comércio Atacadista de Medicamentos e Material Médico Hospitalar Ltda.
No documento, consta o depoimento da ex-mulher de Oswaldo. Ela contou aos investigadores, que o então companheiro armazenava e guardava medicamentos na residência do casal, pois, com frequência em 2021, visualizou caixas de medicamentos no imóvel sobre a mesa da área do fundo. Além disso, relatou que certa ocasião, presenciou Benedito [motorista de Oswaldo] descarregando algumas caixas de remédios na residência.
Já a ex-sogra, em depoimento na delegacia, relatou que esteve na casa da filha no período que ela esteve casada com Oswaldo, ficando no imóvel por uma semana, e que na ocasião teria presenciado o motorista Benedito chegar, em pelo menos duas oportunidades na residência, com carro oficial da Prefeitura e descarregar algumas caixas contendo produtos hospitalares, tais como luvas e testes de Covid-19, e, posteriormente avistou Oswaldo colocando no carro os referidos materiais e saindo, não sabendo que destino dava aos produtos.
Ela ainda revelou que Oswaldo utilizou sua conta bancária para receber transferências de Fernando Metelo Gomes de Almeida, cujo valor total foi de R$ 14.880,00: a primeira delas fora realizada em 01/01/2022, no valor de R$ 2.700,00; a segunda em 29/01/2022 no valor de R$ 2.400,00; a terceira no valor de R$ 2.360,00 transação de 02/02/2022; quarta ocorrido em 04/02/2022, no valor de R$ 5.380,00; e uma quinta no dia 14/12/2022 no valor de R$ 2.040,00.
O ex-superintendente da UPA teria usado ainda a conta bancária da companheira de sua ex-sogra para receber R$ 17 mil do empresário Fernando. O inquérito cita que uma das transferências foi no valor de R$ 3 mil do Cemitério Parque Nossa Senhora da Guia, o qual conforme as investigações, também seria de propriedade de Fernando Metelo.
A ex contou que Oswaldo teria dito a ela que era sócio de uma empresa de medicamentos, mas soube dar detalhes sobre a sociedade, mas que chegou ouvir o ex-marido falando com a mãe dele, Roselaine, sobre pagamentos de notas e percebeu várias vezes que o ex e a mãe dele não gostavam de falar na presença dela sobre ao assunto.
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